EDIÇÃO KYTÃ

No ano de fundação, escolhemos o nome Kytã, que em tupi significa "nó", e que serve perfeitamente para retratar nossas intenções. A Olimpíada Brasileira de Linguística pretende, com sua existência, atar novos nós e fortalecer ligações frouxas. Primeiro, ligar o mundo das olimpíadas, dos estudantes curiosos que simplesmente querem saber mais sobre as coisas, ao daquelas pessoas que se sentem mais confortáveis com as línguas do que com a matemática e as ciências naturais. Então, num segundo nível, se tornará evidente que as línguas humanas e a matemática apresentam traços em comum, e que existe uma lógica e uma ciência da linguagem da mesma forma que existe uma linguagem para a lógica e para a ciência. Seus laços então serão, dentro de cada um, reatados.

A linguística também é capaz de fortalecer nós entre as diferentes culturas, explorando ao mesmo tempo toda a diversidade de modos como as pessoas falam e escrevem e também o que elas, no fundo, têm em comum. Do ponto-de-vista sócio-cultural, a Olimpíada pretende levar seus participantes ao contato com a miríade de nós da teia global que constitui a humanidade. E, seguindo a tecelagem dessa rede, queremos nos manter ligados às novas possibilidades da tecnologia e do mundo cada vez mais interconectado. Na busca, por fim, de raízes linguísticas e dos veículos que permitiram outrora a interação entre mundos distante e suas ciências, reencontramos a língua tupi, ela mesma um nó entre o mundo dos portugueses navegantes e o dos povos que viviam nas terras brasileiras.

A viagem pelas línguas é uma viagem para dentro de nós mesmos.

PRIMEIRA FASE

A Primeira Fase da edição Kytã aconteceu no sábado, dia 2 de Abril de 2011, em todas as escolas participantes. Dessa primeira edição participaram 189 estudantes, provenientes de 16 escolas, de 7 dos 27 estados da federação, incluindo colégios particulares e públicos, federais e estaduais. Os problemas da primeira fase abordaram a guilagem camaco, a compreensão de adjetivos em português pelo contexto, as declinações do latim, o alfabeto cirílico, os algarismos inuktitut e a conjugação de verbos em polonês.

SEGUNDA FASE

A segunda fase ocorreu nos dias 20 a 23 de Maio de 2011, na Universidade de São Paulo, no Instituto de Matemática e Estatística (IME-USP), e foi composta de palestras, mini-cursos e das provas de seleção da equipe brasileira na IOL. Para ela, foram convidados os cerca de 100 alunos mais bem classificados na primeira fase. A prova principal foi realizada em dois dias, com questões, no primeiro dia, sobre linear B, fonética semântica e inuktitut, e no segundo, questões sobre números birom e possessivos em udihe. Também foi realizada uma prova em grupo que abordava várias línguas próximas ao nosso português. Como resultado, tivemos 8 medalhistas de ouro, 18 de prata e 28 de bronze! Além disso, sete de nossos estudantes foram selecionados para representar o Brasil na IOL.

IOL 2011

A nona edição da IOLaconteceu nos dias 24 a 30 de Julho de 2011, na Carnegie Mellon University em Pittsburgo, EUA. O Brasil participou com dois times: Suassuna e Itararé.

Time Itararé

  • André Amaral de Souza (Colégio Etapa | Diadema, SP)
  • Nicolas Seoane Miquelin (Colégio Singular | São Bernardo do Campo, SP)
  • Pedro Neves Lopes (Colégio Etapa | São Paulo, SP)
  • Rafael Kazuhiro Miyazaki (Colégio Etapa | São Paulo, SP)

Time Suassuna

  • Ivan Tadeu Antunes Filho (Colégio Objetivo | Lins, SP)
  • Marvin Ariel Dias Santos (IF Sergipe | Lagarto, SE)
  • Raphael Levy Ruscio Castro Teixeira (Colégio Etapa | São Paulo, SP)

A prova versou sobre morfologia menomini, ortografia do faroês, sintaxe da língua vai, semântica do nahuatl e estrutura da família de códigos de barras EAN-13. Nenhum dos participantes foi premiado nesta edição. As equipes foram acompanhadas pelos líderes Bruno L'Astorina e Felipe Gonçalves Assis.